O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula decidiu manter em segredo o número de servidores que foram alvo de investigações internas devido à sua conduta durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro. A informação foi requisitada através da Lei de Acesso à Informação, porém o GSI negou-se a fornecê-la em três ocasiões, desrespeitando inclusive uma decisão da Controladoria-Geral da União (CGU).
O ministério, que possui um perfil militar e é responsável pela proteção dos palácios presidenciais, alegou que as apurações internas já foram concluídas e encaminhadas ao STF, onde estão sob sigilo. No entanto, a CGU discordou desse posicionamento e considerou que não havia justificativa legal para negar o acesso à informação solicitada. Evidências indicam que a quantidade de servidores alvos de investigações está diretamente ligada às imagens da invasão do Planalto, as quais tiveram o sigilo levantado pelo STF em março do ano anterior.
Após receber um prazo da CGU para responder à solicitação, o GSI não seguiu as determinações e, ao invés disso, mencionou que 23 servidores foram ouvidos como testemunhas, não revelando o número total de funcionários investigados. Agora, a CGU analisará a resposta do GSI e emitirá uma nova decisão sobre o caso.
Em meio a esses eventos, diversos indícios apontam para condutas irregulares do GSI no dia 8 de janeiro. Há relatos de que militares do GSI pretendiam permitir a saída dos golpistas pelo térreo do Palácio. A prisão dos invasores só ocorreu devido à intervenção da Polícia Militar, que chegou a ser confrontada por um oficial do Exército. Testemunhas da invasão também afirmaram que os militares do GSI não agiram para impedir os invasores, o que é corroborado por vídeos do ocorrido.