Impacto da gordofobia na vivência da sexualidade de mulheres de tamanho maior

A questão da gordofobia ainda persiste atualmente, afetando diferentes aspectos da vida das pessoas, incluindo a sexualidade. Mulheres gordas frequentemente enfrentam o estigma de não serem consideradas sexuais ou interessantes. Isso se traduz em preconceitos e ideias errôneas sobre a capacidade dos corpos gordos de experimentar prazer sexual, refletindo a associação de gordura à falta de saúde.

O padrão estético da magreza é apontado como a raiz do problema, sendo amplamente perpetuado pela mídia e cultura. A falta de diversidade de corpos nos meios de comunicação tradicionais e na indústria pornográfica contribui para manter essa visão limitada de beleza e desejo. O reconhecimento e a representatividade de corpos reais ainda são limitados, apesar dos movimentos em prol da aceitação da diversidade corporal.

Paradoxalmente, a sociedade tanto marginaliza quanto fetichiza corpos gordos, criando um cenário contraditório. Mulheres gordas são muitas vezes fetichizadas como um segredo ou tabu, refletindo a ideia de que se relacionar com elas é algo ‘errado’. Esse tipo de estereótipo, destacado pela atriz Fabiana Karla como a “menina pantufa”, reforça a exclusão social e a objetificação baseada no peso corporal.

A qualidade de vida sexual é fundamental para o bem-estar, conforme indicado pela Organização Mundial da Saúde. A autoaceitação corporal desempenha um papel crucial na vida sexual das pessoas, influenciando diretamente a confiança, a autoestima e a capacidade de experimentar prazer e intimidade. A jornada para uma relação saudável com o próprio corpo e a sexualidade inclui a aceitação, o autoconhecimento e a promoção do amor próprio, elementos que não são sempre fomentados pelo ambiente externo.

Em resumo, a desconstrução dos padrões estéticos e a valorização da diversidade corporal são essenciais para promover uma visão mais inclusiva e respeitosa em relação aos corpos gordos. A superação da gordofobia não se restringe apenas a uma questão de aparência, mas também se relaciona diretamente com a autoestima, a saúde mental e a qualidade de vida sexual das pessoas que vivenciam essa realidade.

Uma sexóloga ressalta a importância de se sentir bem consigo mesmo e com os outros, destacando a busca por referências de beleza em pessoas que sirvam de inspiração. Ela sugere evitar seguir perfis que promovem inseguranças relacionadas a padrões estéticos inalcançáveis e restrições alimentares, aconselhando a psicoterapia e terapia sexual como recursos para auxiliar nesse processo de autoaceitação.

A especialista menciona que, embora o caminho de aceitação pessoal seja desafiador, ele não é impossível de percorrer, principalmente quando acompanhado por profissionais capacitados. Dessa forma, a jornada se torna mais fácil e assertiva, promovendo a construção de uma relação saudável e prazerosa com a própria imagem e com o corpo. Quer saber mais sobre esse tema e outros assuntos abordados na coluna de hoje? Não deixe de conferir todas as notas e reportagens disponíveis.

About the author