O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião para discutir as ações do governo em relação aos povos indígenas Yanomami. Lula destacou a importância de tratar essa questão como uma questão de Estado, utilizando todos os recursos disponíveis para combater o garimpo ilegal e o desmatamento.
O objetivo do encontro é evitar que os indígenas brasileiros continuem sendo vítimas de massacres, vandalismo e garimpo ilegal. O presidente ressaltou que essas áreas são preservadas e pertencem aos indígenas. Um relatório recente divulgado pelo Ministério da Saúde mostrou que entre janeiro e novembro de 2023, 308 indígenas Yanomami morreram na Terra Indígena, sendo mais da metade crianças de até 4 anos.
Antes desta reunião, houve uma reunião tensa em dezembro, onde Lula cobrou da Funai planos de ação efetivos para a região. Ele teria ficado insatisfeito com o trabalho realizado ao longo do ano. A Justiça Federal em Roraima também determinou uma audiência para a criação de um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
Ministros e autoridades estarão presentes na reunião, incluindo o ministro da Justiça e Segurança Pública, o ministro da Defesa, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, a ministra da Saúde e a ministra do Meio Ambiente, entre outros.
A cerca de um ano atrás, foi decretado estado de emergência nas terras indígenas de Roraima devido à precarização das condições de vida dos povos Yanomamis. O governo federal trabalhou para retirar não indígenas das terras demarcadas, mobilizando mais de 300 servidores de 14 órgãos diferentes, incluindo a Força Nacional e a Funai.
A exploração do garimpo ilegal resultou em assassinatos de indígenas e também na incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde piorou a situação. O presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, viajaram para Roraima em janeiro do ano passado para avaliar a crise sanitária.
Em outubro, a operação do Executivo para desocupação das terras teve início após decisões judiciais. No entanto, segundo organizações indígenas, a desintrusão dos territórios não foi concluída até a data estipulada, 30 de outubro de 2023.