Março registrou a 10ª temperatura mais alta consecutiva desde o início dos registros.

O Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, da União Europeia, divulgou que março deste ano bateu recorde de calor. Foi o março mais quente já registrado, com uma média de temperatura de 14,14°C, superando a média dos marços entre 1991 e 2020 em 0,73°C e a média pré-industrial entre 1850 e 1900 em 1,58°C. Este é o décimo mês consecutivo de quebra de recordes nesse aspecto.

Na Europa, março de 2024 teve uma temperatura média 2,12°C acima da média de março entre 1991 e 2020, sendo apenas superado em calor por março de 2014. Regiões como leste da América do Norte, Groenlândia, leste da Rússia, América Central, partes da América do Sul, várias áreas da África, sul da Austrália e partes da Antártida também registraram o março mais quente já observado.

Apesar do enfraquecimento do fenômeno El Niño, as temperaturas do ar marinho continuam em níveis muito elevados, o que preocupa os cientistas. A diretora adjunta do Copernicus, Samantha Burgess, destaca que março de 2024 manteve a tendência de recordes climáticos, alertando para a necessidade de reduções rápidas nas emissões de gases de efeito estufa para conter o aquecimento global.

Em um artigo publicado na revista Nature, o diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, Gavin Schmidt, mencionou a surpresa dos cientistas com as sucessivas quebras de recorde de temperatura. Schmidt ressaltou que as temperaturas estão superando recordes mensais em até 0,2°C e alertou para a possibilidade de uma “anomalia” climática caso essa tendência persista até agosto. Isso poderia indicar uma mudança fundamental no funcionamento do sistema climático, anteriormente não prevista pelos cientistas.

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