O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer contrário à cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisará o recurso das coligações lideradas por PT e PL, que contestam a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que negou o pedido de cassação. O vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, concluiu que as informações divulgadas por Podemos e União Brasil indicam um gasto de R$ 424.778,01 na pré-campanha dos investigados, pouco abaixo do limite máximo de gastos para o cargo de Senador no Paraná.
O procurador destacou não ter evidências de desvio ou omissão de recursos, nem intenção de simulação de lançamento de candidatura à presidência com aspiração de disputa ao Senado no Paraná. Não foi comprovado um excesso em relação ao limite de gastos na pré-campanha, mesmo considerando o precedente de 10% do teto de campanha, que ainda não estava oficialmente regulamentado. Moro enfrenta duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral, uma movida pelo Partido Liberal (PL) e outra pela Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PV e PCdoB, acusando-o de abuso de poder econômico, uso inapropriado de meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022 e caixa dois.
Moro se filiou inicialmente ao Podemos como pré-candidato à Presidência da República. As coligações que iniciaram as ações afirmam que o ex-juiz realizou ações de grande alcance e alto investimento financeiro, o que teria proporcionado uma vantagem injusta em relação aos outros candidatos. Em 2021, ele desligou-se do Podemos, pelo qual era pré-candidato à presidência. Próximo ao prazo final para mudança partidária em 2022, ele se juntou ao União Brasil para concorrer ao cargo de deputado federal por São Paulo. Após o impedimento da mudança de domicílio eleitoral, Moro passou a buscar a vaga de senador pelo Paraná.