A segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo no Anhembi trouxe a Mocidade Alegre e a Império de Casa Verde como favoritas para manterem seus títulos. Com um alto nível técnico, a disputa entre as 14 escolas promete ser equilibrada. A apuração acontecerá na terça-feira (13).
No encerramento do Grupo Especial, sete escolas passaram pelo Anhembi. A Gaviões da Fiel fez uma apresentação empolgante, a Vai-Vai retornou à elite do carnaval com um enredo crítico, a Tom Maior se destacou com seus luxuosos carros alegóricos e fantasias, e a Águia de Ouro também brilhou neste ano.
Durante os dois dias de desfiles, não houve problemas técnicos, e nenhuma escola ultrapassou o limite de tempo.
O retorno da Vai-Vai ao Grupo Especial foi marcado por um manifesto de luta e resistência durante sua apresentação no Anhembi.
No último desfile das escolas de samba em São Paulo, houve apresentações marcantes e cheias de emoção. Uma das escolas, que teve a participação especial de Mano Brown, abordou em seu enredo a exclusão do povo negro e a violência policial sofrida por essa comunidade. A música dos Racionais MC’s, “Capítulo 4, Versículo”, foi um dos destaques da apresentação.
Outra escola, a Tom Maior, contou uma história de amor entre Abaeté e Anahí, retratando os desejos e sofrimentos do casal. O espetáculo contou com alegorias gigantescas e de acabamento primoroso, além do destaque para o abre-alas de 70 metros de comprimento. A bateria também fez bonito, com uma coreografia em frente à arquibancada que encantou o público.
A Mocidade Alegre, atual campeã do Carnaval paulistano, apostou em alas coreografadas e samba fácil de acompanhar para defender seu título. A escola contou a viagem do modernista Mário de Andrade e sua experiência com a diversidade cultural brasileira. Destaque especial para as baianas em pedra sabão que trouxeram requinte à apresentação.
A Gaviões da Fiel propôs uma viagem ao infinito e conquistou o público desde o início. A escola teve uma performance emocionante, encantando a arquibancada antes mesmo de sua apresentação começar.
No desfile das escolas de samba do Carnaval de São Paulo, o Corinthians foi homenageado pela agremiação Águia de Ouro, que contou a história do clube e seu primeiro título conquistado em 1995. Com carros alegóricos magníficos e fantasias brilhantes, a escola encantou a torcida presente no Anhembi.
A escola Império de Casa Verde celebrou as tradições e cultura do estado do Pará, fazendo uma grandiosa homenagem à cantora Fafá de Belém. Com carros gigantescos e fantasias luxuosas, a escola encantou o público com a representação dos símbolos paraenses como o boto, os bois e o carimbó.
A Acadêmicos do Tucuruvi apresentou um enredo que destacou a religiosidade africana, especificamente o Ifá. A escola trouxe elementos africanos e contagiou o público com sua apresentação emotiva e culturalmente rica.
A escola de samba iniciou sua apresentação com o sol raiando ao fundo, em um dia ensolarado na cidade de São Paulo. A performance tinha como objetivo celebrar a ancestralidade e combater a intolerância.
De acordo com a tradição, o conhecimento do Ifá é essencial para encontrar orientação na vida e no destino de cada indivíduo. A escola de samba transmitiu essa mensagem através da evolução dos participantes e dos detalhes das fantasias, que eram adornadas com búzios e traços africanos. A bateria também trouxe os atabaques para reforçar a presença dos elementos africanos na apresentação.
A coreografia da escola de samba foi desenvolvida após um estudo e consulta ao Ifá, com a autorização religiosa obtida na Nigéria. Os integrantes mostraram expressões respeitosas em seus rostos, o que demonstrava a importância do respeito à tradição. Essa apresentação se destacou pela sua intimidade, em contraste com as escolas de samba que se apresentaram anteriormente.