Movimento Sem Terra reconhece progressos, porém solicita intervenção governamental para solucionar questões rurais.

O governo federal lançou um programa para agilizar a aquisição de terras visando assentar famílias através da reforma agrária. Essa ação foi anunciada em meio ao aumento das ocupações lideradas pelo MST, impulsionadas pelo Abril Vermelho, mês de mobilizações pela posse de terras. O programa Terra da Gente cria conjuntos de áreas para o assentamento de famílias rurais, com a meta de atender 295 mil famílias até 2026, além de destinar R$ 520 milhões para a compra de terras.

O MST vê a iniciativa do governo como um gesto importante, porém ainda insuficiente para resolver a questão fundiária no país. Para o movimento, é essencial que haja uma recomposição orçamentária de órgãos como o Incra e a Conab, que são fundamentais na gestão das terras e na distribuição de alimentos. A LOA 2024 prevê R$ 659 milhões para a reforma agrária, mas lideranças do MST ressaltam a necessidade de maior investimento e a criação de novos assentamentos para atender à demanda existente.

Além disso, o lançamento do programa Terra da Gente coincide com a tentativa do Congresso de aprovar um projeto de lei que puniria invasores de terras em áreas urbanas e rurais. Esse movimento é visto como uma resposta do presidente da Câmara dos Deputados ao embate com o ministro de Relações Institucionais do governo federal. A pressão sobre o MST aumenta diante desse cenário, com desafios e demandas que ainda se mantêm distantes da solução desejada pelas lideranças do movimento.

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