Acredita-se que a economia seja um dos principais fatores que impulsionam a aprovação dos governos e, consequentemente, influenciam a preferência eleitoral. No entanto, parece que, nos últimos anos, o ódio tem desempenhado um papel maior do que a situação econômica nas intenções de voto, possivelmente impulsionado pelas redes sociais.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o atual presidente Joe Biden alcançou sucesso econômico, como uma das taxas de desemprego mais baixas da história, mas ainda assim o republicano Donald Trump lidera as pesquisas para as próximas eleições presidenciais, mesmo com sua retórica hostil.
Da mesma forma, em Portugal, mesmo com um crescimento econômico positivo, não está claro se isso terá influência nas próximas eleições legislativas. O partido de direita tem ganhado força, até mesmo com discursos xenófobos, enquanto o partido atualmente no poder tende a perder espaço.
No Brasil, mesmo com melhorias na economia, como queda do desemprego, dos juros e da inflação, aumento do PIB e crescimento dos salários médios, a aprovação do governo do presidente Lula não tem sido afetada. Parece haver uma divisão entre aqueles que apoiam o governo e não conseguem enxergar os pontos negativos, e aqueles que são contra o governo e não veem méritos em suas ações.
Todo esse cenário é alimentado pela polarização entre “nós e eles”, iniciada pelo presidente Lula e exacerbada pelas redes sociais. Com o uso crescente de Inteligência Artificial, essa polarização pode se tornar mais intensa, agressiva e até criminosa. A economia, que costumava ser determinante nas eleições, parece estar ficando em segundo plano, uma vez que as campanhas modernas se baseiam em temas e personagens que podem viralizar mensagens.
O cenário político atual é complexo e desafiador, e é importante analisar todas as variáveis que influenciam a opinião pública. Além da economia, fatores como discurso político, polarização ideológica e o uso das redes sociais têm desempenhado um papel significativo nas intenções de voto.
Lula teve um primeiro ano de governo positivo, com realizações notáveis na economia, saúde e meio ambiente. No entanto, parece que ele tem optado pelo confronto, acusando Bolsonaro de ser o responsável pelos atos golpistas do 8 de janeiro. Embora tenha expressado o que muitos pensam, é preocupante que um presidente da República faça tais acusações. Isso só alimenta a guerra política.
Nos tempos em que a economia era o fator determinante para o eleitor, sentimos falta. Quem ganhava era aquele que governava melhor.