O Níger anunciou o término da parceria militar com os Estados Unidos, encerrando a presença de militares e funcionários civis estadunidenses no país. A decisão foi comunicada pela junta militar, que governa o país desde um golpe em 2023, considerando o acordo como injusto e unilateralmente imposto por Washington. A colaboração havia permitido a presença dos EUA no combate a grupos terroristas na região.
A junta militar tomou a decisão após uma visita de uma delegação dos EUA, liderada pela Secretária de Estado Adjunta para Assuntos Africanos, Molly Phee. O encontro não seguiu os protocolos diplomáticos esperados pelos líderes nigerinos, gerando descontentamento. Durante a reunião, teria ocorrido uma ameaça de retaliação por parte dos EUA em relação às escolhas da junta militar, que se afastou de parceiros históricos após assumir o poder.
O afastamento dos Estados Unidos do Níger segue uma tendência do país em se distanciar de antigas alianças com o Ocidente desde o golpe que colocou a junta militar no poder. Após a chegada dos militares, a relação com a França, que também foi abalada, resultou na retirada de militares franceses do país. O Níger seguiu o caminho de outras nações vizinhas, como Mali e Burkina Faso, que após golpes militares buscaram se afastar da influência europeia e se aproximar de outros atores internacionais, como a Rússia e o Irã.