No Brasil, as autoridades aduaneiras têm observado um aumento significativo nas apreensões de drogas, principalmente de cocaína, pelos traficantes internacionais, destacando a via marítima como o principal meio utilizado para enviar toneladas de drogas para o exterior. O Primeiro Comando da Capital (PCC), conhecido por dominar o tráfico de drogas a partir do Porto de Santos, adota diversas estratégias para despachar grandes quantidades de drogas sem levantar suspeitas.
O esquema elaborado pela facção criminosa inclui desde a mistura da cocaína com outros tipos de carga até mesmo o esconderijo nos cascos de embarcações ancoradas no porto paulista. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), essa prática meticulosa gera bilhões de reais para o PCC através da venda de drogas para grupos criminosos no exterior.
Dados da Receita Federal revelam que as remessas ilegais da maior organização criminosa do Brasil costumam ser dissimuladas em meio a diferentes tipos de carga, como tripas bovinas e bobinas de papel. Em recente operação no Porto de Santos, a Polícia Federal apreendeu mais de uma tonelada de cocaína que seguiria para países como Bélgica e Costa do Marfim.
As apreensões anteriores mostram que os traficantes chegaram a esconder cocaína em cargas de alimentos como amendoins, carne congelada e carne desossada de cavalo, além de produtos como biscoitos, café, açúcar e óxido de alumínio. Esse tráfico internacional de drogas vem desafiando constantemente as autoridades e exigindo operações conjuntas para combater essa prática criminosa no Porto de Santos.
Recentemente, foi descoberto um caso de contrabando de drogas no Porto de Santos, envolvendo uma quantidade significativa de cocaína. As autoridades interceptaram 212 quilos da substância escondidos em um navio com destino à Alemanha. Essa operação conjunta da Marinha e Polícia Federal ressalta a crescente preocupação com o tráfico internacional no porto paulista.
Estima-se que o aumento das medidas de fiscalização tem levado organizações criminosas, como o PCC, a diversificarem suas rotas. Parte do esquema de envio de drogas à Europa, por via marítima, tem migrado para o Porto do Rio de Janeiro, território controlado pelo Comando Vermelho, um rival do PCC. O Porto de Santos tem sido cenário de grandes apreensões de cocaína, com mais de 76% da droga contrabandeada no país encontrada na região desde 2013.
De acordo com dados da Receita Federal, as apreensões no porto se mantiveram significativas ao longo dos anos, com 87,7 toneladas de cocaína confiscadas entre 2019 e o ano passado. Essa droga tinha como principais destinos países europeus, como Itália, França e Bélgica, além de nações africanas e até do Oriente Médio. O tráfico internacional de drogas segue representando um desafio no combate ao crime organizado no Brasil.