Cinco aliados próximos de Jair Bolsonaro foram presos pela Polícia Federal (PF) durante a operação Tempus Veritatis. Eles são investigados por supostamente estarem envolvidos em um plano de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, partido de Bolsonaro, foi preso por posse ilegal de arma. Ele havia se recusado a contestar judicialmente a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto é considerado foragido, pois está fora do país em uma missão designada no último dia do governo Bolsonaro. Ele é acusado de disseminar notícias falsas para minar a credibilidade das eleições.
O major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira foi preso no Batalhão do Exército em Niterói. Ele teve conversas com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro sobre o planejamento do suposto golpe.
Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, é apontado como autor de um documento encontrado na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele teria levado a minuta de um decreto do Estado de Defesa ao TSE e arregimentado juristas para fazer alterações solicitadas por Bolsonaro.
O coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial de Bolsonaro, também foi alvo da operação. Atualmente, ele é segurança do ex-presidente e foi investigado por sua suposta participação em uma fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro.
Essas prisões fazem parte das investigações sobre um possível plano de golpe de Estado que envolveu esses aliados próximos de Bolsonaro. A PF já obteve evidências de conversas e ações relacionadas ao plano.
A Polícia Federal descobriu um suposto núcleo de “inteligência paralela” que monitorava autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes do STF. Segundo informações obtidas em uma conversa gravada em dezembro de 2022, um militar da PF detalhou os movimentos do ministro, informando suas viagens para São Paulo e sua volta para Brasília apenas para a posse de um indivíduo envolvido em atividades criminosas.
No total, a PF realizou uma operação na última quinta-feira que resultou em 33 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas e 48 medidas cautelares, incluindo proibição de contato entre os investigados, restrição de saída do país, entrega de passaportes e suspensão de funções públicas.