Os obstáculos que podem dificultar a redução da taxa Selic em 2024

O ano de 2023 encerrou com a taxa básica de juros do país, a Selic, fixada em 11,75% pelo Banco Central. As projeções indicam uma redução para 9,25% até o final de 2024. No entanto, há três fatores que podem comprometer essa redução: o fenômeno climático El Niño, o preço do petróleo e a situação fiscal no Brasil.

O El Niño afeta a distribuição de umidade e as temperaturas ao redor do mundo. No Brasil, causa secas prolongadas no Norte e Nordeste e chuvas intensas no Sul. Até o momento, o El Niño tem impactado principalmente nos preços de alimentos frescos, como batatas, tomates e cebolas. No entanto, se atrasar o plantio de grãos como soja e milho, poderá resultar em perdas maiores para a economia.

A questão fiscal, relacionada às despesas e receitas do governo, também é um ponto sensível para os juros em 2024. Se o governo não cumprir a meta de zerar o déficit nesse ano, como previsto, isso pode ter impacto no câmbio e na inflação. Gastos públicos mais elevados podem estimular o consumo e contribuir para o aumento de preços.

Conflitos internacionais, como os entre Israel e o Hamas ou entre a Rússia e a Ucrânia, também podem afetar a Selic. Um aumento no preço do petróleo no mercado internacional poderia resultar em um efeito em cascata sobre os preços internos e, consequentemente, nos juros.

Os economistas destacam que esses fatores, se ocorrerem, podem atrapalhar a redução da Selic, uma vez que ela é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. A meta de inflação para o próximo ano é de 3%. Portanto, esses elementos serão observados de perto pelos agentes econômicos nos próximos meses.

O artigo discute a possibilidade de redução da taxa Selic no Brasil e os fatores que podem influenciar nessa queda. O principal fator mencionado é a redução dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Acredita-se que o Fed iniciará um ciclo de baixa de juros em breve, o que terá reflexos positivos nos juros no Brasil.

O texto enfatiza que, caso não ocorra nenhum choque externo relevante, há espaço para a redução dos juros no Brasil em um ritmo mais rápido do que o previsto pelo mercado. A taxa real de juros no país, que é calculada pela diferença entre a Selic e o IPCA, já está em um patamar elevado, em torno de 7%. Apesar das projeções indicarem uma queda para 5,3% até o final de 2024, essa taxa ainda é considerada alta.

A economista destacada no artigo argumenta que, mesmo considerando a situação orçamentária e fiscal do país, não há justificativa para a manutenção de taxas reais tão elevadas no Brasil. Portanto, é possível que haja uma redução mais acelerada da Selic nos próximos anos.

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