PC Siqueira e Jéssica: o julgamento implacável da Internet

No cemitério Primaveras 1, em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi realizada a sepultura de PC Siqueira, o primeiro youtuber brasileiro, que faleceu em seu apartamento na zona sul da capital paulista. Sofrendo de depressão e se tratando da doença, ele tirou a própria vida após consumir álcool, substâncias entorpecentes e medicamentos.

Em junho de 2020, Siqueira encontrou-se envolvido em uma controvérsia, após uma postagem no Twitter onde supostamente compartilhava fotos íntimas de uma criança de 6 anos. Embora tenha sido alvo de investigação pela Polícia Civil de São Paulo e seus eletrônicos apreendidos, a perícia realizada não encontrou evidências de culpa.

O abalo à carreira do influenciador digital, que já vinha em declínio, foi significativo. Mesmo após a divulgação do laudo que excluía sua responsabilidade, o estrago já estava feito. A crueldade da internet não perdoou Siqueira e ele não aguentou.

Outra vítima dos danos causados pela internet foi Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos. Diálogos fictícios criados por inteligência artificial circularam nas redes sociais, simulando uma conversa íntima entre ela e o humorista Whindersson Nunes. O conteúdo era completamente falso, mas só foi removido após o trágico suicídio de Jéssica.

O perfil responsável pela disseminação do falso diálogo emitiu uma nota se desculpando e prometendo implementar filtros para evitar a repetição de incidentes semelhantes. Porém, alegou que não produz conteúdo, apenas replicava. Argumentou que a responsabilidade de confirmar a correção das informações seria dos outros.

As consequências desses linchamentos digitais são graves e a internet como um todo é beneficiada. O cancelamento de influenciadores rende likes e engajamento, o que é vantajoso para as plataformas que os incentivam. É importante que os influenciadores compreendam a responsabilidade que uma grande audiência impõe, tanto financeiramente quanto eticamente.

De acordo com o jornalista especializado no assunto, Pedro Doria, as redes sociais não são apenas um jogo. Elas têm o poder de impactar vidas e influenciar sociedades. Com o avanço da inteligência artificial e dos algoritmos, o problema dos linchamentos digitais tende a piorar, e é necessário continuar discutindo e encontrando soluções para essa questão.

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