No Brasil, as fabricantes de automóveis estão anunciando grandes investimentos, com um montante total previsto de R$ 125 bilhões até 2032, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No entanto, a General Motors (GM) começou recentemente a demitir funcionários de sua fábrica em São José dos Campos, mesmo após ter divulgado um investimento de R$ 7 bilhões entre 2024 e 2028 para avançar na “mobilidade sustentável”. Ainda assim, especialistas do setor consideram que a relação entre cortes e aportes não é tão discrepante como parece.
Analisando a situação, especialistas como Milad Kalume Neto da Jato Brasil sugerem que a GM precisa atualizar e expandir sua linha de produtos para recuperar sua participação de mercado, que sofreu quedas significativas nos últimos anos. Mesmo com um esforço recente para melhorar, a empresa ainda precisa trabalhar para atingir suas metas de vendas.
Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, também destaca que anúncios de investimentos não significam necessariamente uma execução imediata e eficiente por parte das montadoras, apontando ainda que a GM pode estar enfrentando uma demanda inferior à capacidade de produção de sua fábrica e necessitando de uma renovação mais agressiva de sua linha de produtos.
Entre as fabricantes que anunciaram grandes investimentos, a Stellantis se destaca com um aporte de R$ 30 bilhões entre 2025 e 2030 para toda a América Latina, enquanto a Volkswagen planeja investir R$ 16 bilhões até 2028 e a Toyota R$ 11 bilhões até 2030 no Brasil. É interessante notar que as demissões na fábrica da GM em São José dos Campos, onde são produzidos o TrailBlazer e a S10, são atribuídas a um processo de reestruturação anunciado anteriormente e parte de um acordo coletivo, visando a sustentabilidade futura da empresa.