Por que o preço do azeite disparou: da escassez à infestação bacteriana

Os consumidores de azeite de oliva têm levado um susto nos supermercados deste Natal. Um levantamento revelou que o preço médio do litro do produto aumentou 95% entre janeiro de 2021 e novembro de 2022, pulando de R$ 44,25 para R$ 86,19. Se considerarmos apenas o ano de 2022, o aumento foi de 36%.

A principal causa desse aumento surpreendente está relacionada às quebras sucessivas de safras nas regiões onde ocorre a produção do azeite de oliva. Especialistas apontam as mudanças climáticas e a ação da bactéria Xylella como fatores que afetam as plantações e reduzem a produção de azeitonas.

Em 2022, muitas oliveiras na Europa foram afetadas pela seca prolongada, resultando em uma redução de 26% na produção de azeitonas. Esse foi o pior resultado da história do produto. Esperava-se uma melhora em 2023, mas isso não ocorreu.

A Espanha, que é responsável por mais de 40% da produção global de azeite de oliva, teve um aumento significativo no preço. Em agosto de 2023, o valor chegou a 8,20 euros por quilo, mais que o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A produção de azeite na Espanha costuma ser de 1,3 a 1,5 milhão de toneladas métricas por ano. Porém, na safra 2022/2023, esse número ficou em cerca de 610 mil toneladas métricas.

O Brasil é um dos maiores importadores de azeite de oliva do mundo, juntamente com Japão, Estados Unidos e Canadá. A produção nacional representa apenas cerca de 1% do consumo de azeites extra virgens no país.

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