Recentemente, a possibilidade de o senador Sergio Moro, do partido União-PR, ter seu processo de cassação analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a presidência dos ministros Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Jair Bolsonaro, não causou preocupações para líderes do PT.
De acordo com caciques petistas, a expectativa é de que os dois ministros não sejam menos rigorosos com Moro do que Alexandre de Moraes, o atual presidente do TSE, uma vez que o próprio partido de Bolsonaro está interessado na cassação do ex-juiz.
Mesmo com Bolsonaro desejando não dar continuidade à ação contra Moro após a vitória do senador no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), a cúpula do PL manifestou interesse em recorrer ao TSE. O PT, junto ao PL, é um dos autores do pedido de cassação de Moro, e a sigla do presidente Lula já informou que enviará o caso do ex-juiz para o TSE após a decisão da primeira instância da Justiça Eleitoral.
Segundo o calendário previsto, Alexandre de Moraes deixará a presidência do TSE em junho de 2024. Assumindo o cargo em seu lugar estará a ministra do STF Cármen Lúcia, que se encerrará seu segundo biênio como ministra da Corte após dois meses como presidente do TSE. Nunes Marques sucederá Carmen, com André Mendonça como vice, e a expectativa é de que o TSE julgue os recursos contra Moro após as eleições municipais deste ano, com os ministros indicados por Bolsonaro como presidente e vice do tribunal.
Por sua vez, o TRE-PR absolveu Moro da acusação de abuso de poder econômico, uso indevido de meios de comunicação e caixa dois na campanha eleitoral de 2022, por 5 votos a 2. Apesar de a corte paranaense ainda permitir recurso, é provável que o caso chegue ao TSE, com o PT já anunciando que recorrerá à instância superior.