Quando considerar a terapia de supressão de testosterona para o tratamento do câncer de próstata?

O aumento da expectativa de vida associado a hábitos de vida pouco saudáveis está levando a um crescimento nos casos de câncer de próstata. Um recente relatório aponta que os diagnósticos desse tipo de tumor devem dobrar nos próximos 20 anos, chegando a 2,9 milhões de casos.

O oncologista Daniel Herchenhorn explicou durante um evento internacional de oncologia que a comunidade médica vem buscando novas abordagens para tratar o câncer de próstata, como o bloqueio prolongado de testosterona. Porém, ele alerta que, em alguns casos, os efeitos colaterais desse tratamento podem ser mais prejudiciais do que o próprio câncer, com riscos de incidentes cardíacos graves.

O bloqueio de testosterona é adotado em pacientes com câncer de próstata para privar os tumores desse hormônio essencial para seu desenvolvimento. Mas com o tempo, o corpo pode se tornar tolerante ao medicamento, exigindo a troca por outras drogas. O uso prolongado desses bloqueadores aumenta consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares.

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum de câncer em homens no Brasil, sendo que o tratamento com bloqueadores de testosterona pode causar efeitos colaterais de curto e longo prazo, incluindo problemas sexuais, fadiga, anemia, osteoporose, diabetes e complicações cardíacas. Embora os estudos não mostrem uma clara relação direta entre o tratamento e a mortalidade, é importante considerar os riscos envolvidos, especialmente em pacientes idosos.

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