“Seguindo as ordens de Lula: a influência do ex-presidente sobre a população”

Neste artigo, discutiremos a situação atual do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no cenário político do Brasil. Enquanto o PT enfrenta desafios internos e uma falta de lideranças, o PSDB vem apresentando um declínio semelhante após a era de Fernando Henrique Cardoso. Ambos os partidos têm dificuldade em estabelecer novas lideranças e têm perdido prefeituras importantes.

No auge do PSDB, durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, o partido tinha uma presença significativa, elegendo 918 prefeitos em 1996. O PT, por sua vez, tinha apenas 112 prefeitos na mesma época. No entanto, nas eleições seguintes, o PT cresceu exponencialmente, chegando a eleger 632 prefeitos em 2012, enquanto o PSDB conquistou 701. O PT também perdeu a cidade de São Paulo e a cidade de São Bernardo do Campo, berço político de Lula.

O PSDB nunca conseguiu estabelecer novas lideranças após a era de Fernando Henrique Cardoso. Nomes como Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin deixaram o partido, enfraquecendo-o ainda mais. Além disso, brigas internas têm prejudicado o PSDB e levado a deserções para outros partidos. Cerca da metade dos prefeitos eleitos pelo partido em São Paulo migraram para outros partidos, como o PSD e o PL.

O PT também enfrenta dificuldades, especialmente após a condenação de Lula e o crescimento do presidente Jair Bolsonaro. Nas eleições de 2020, o PT elegeu apenas 314 prefeitos, nenhum deles nas capitais, em contraste com os mais de 1.700 prefeitos eleitos por partidos que apoiaram Bolsonaro. Em São Paulo, o PT viu sua representação diminuir significativamente, com apenas 4 prefeitos eleitos nas últimas eleições.

Apesar de ocupar a Presidência da República, o PT ainda encontra dificuldades em estabelecer candidaturas competitivas nas capitais. O partido conta com candidatos definidos em apenas duas capitais até o momento: Porto Alegre e Belo Horizonte. A dificuldade em encontrar nomes viáveis levou o partido a escolher Marta Suplicy como candidata a vice de Guilherme Boulos em São Paulo. No Rio de Janeiro, não há garantia de indicação de um vice. Em São Bernardo do Campo, berço político de Lula, o partido enfrenta o dilema de lançar um candidato próprio ou não.

O futuro do PT tem sido motivo de preocupação, especialmente em relação a 2030, quando Lula terá 85 anos. A falta de lideranças competitivas é apontada como um dos principais problemas do partido, que tem sua base em torno do carismático líder. Além disso, as disputas internas têm gerado conflitos, como visto na reação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, à preocupação de Fernando Haddad com o futuro do partido.

Em resumo, tanto o PT quanto o PSDB enfrentam desafios para estabelecer novas lideranças e conquistar prefeituras relevantes. Enquanto o PT sofre com a falta de nomes competitivos e a dependência de Lula, o PSDB enfrenta brigas internas e deserções para outros partidos. Ambos os partidos precisam repensar suas estratégias se quiserem se manter relevantes no cenário político brasileiro.

Em um post de blog de 2010, feito em tom de piada, havia a preocupação de que o político em questão pudesse apontar o dedo para a sua esposa. O poder influencia os políticos e os partidos, como é o caso do partido liderado por Valdemar da Costa Neto, que começará a sentir isso este ano. O partido mais tranquilo e pragmático é o MDB, que compõe com qualquer governo e possui o maior número de prefeitos eleitos desde a redemocratização. Já o PSDB e o PT, que tiveram os melhores líderes, sucumbiram ao orgulho e restringiram seus quadros, pagando o preço por isso. O PT, especialmente, depende de Lula e fará o que ele mandar, mesmo que seja difícil de engolir.

Mary Zaidan, autora do texto, é uma jornalista.

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