São Paulo teve um ano de destaque no tema das privatizações sob o governo do governador Tarcísio de Freitas. O projeto de desestatização da Sabesp, considerada uma das maiores companhias de saneamento básico do mundo, foi aprovado na Assembleia Legislativa em dezembro. Além disso, o governo deu passos em projetos de privatização nas áreas de transporte, infraestrutura e energia. Os planos para 2024 incluem batalhas políticas no legislativo e nas ruas. A venda de ações da Sabesp é uma das principais propostas de privatização, mesmo enfrentando resistência de servidores e parte da classe política. Já no Metrô de São Paulo, o processo de privatização de linhas está em andamento, visando financiar a construção de novas linhas metroviárias em parceria com o setor privado. A CPTM também possui linhas privatizadas.
A qualidade do serviço de transporte público de trem em São Paulo caiu drasticamente ao longo de 2023, gerando problemas para o plano de privatizações do governador. Uma das operadoras, a ViaMobilidade, enfrentou diversas falhas ao longo do ano e está em negociação com o governo e o Ministério Público para solucionar os problemas. A empresa anunciou um amplo plano de investimentos para melhorar o serviço e reduzir as críticas.
O governador tem como objetivo privatizar a Linha 7-Rubi, que conecta a capital com a cidade de Jundiaí. Essa linha será incluída na Parceria Público-Privada para a construção do Trem Intercidades, que ligará a capital ao município de Campinas. Além disso, todas as outras linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também devem ser privatizadas. As primeiras audiências públicas para discutir essa proposta estão previstas para acontecer no primeiro trimestre de 2024.
A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), responsável pela produção de energia elétrica na Usina Hidrelétrica Henry Borden, pode ser privatizada. A usina, inaugurada em 1926, utiliza águas da represa Billings, na zona sul da capital, para gerar energia. O plano de privatização foi iniciado durante a gestão anterior, mas enfrentou dificuldades devido à pandemia de Covid-19. A proposta atual é vender as ações que o governo paulista possui na empresa, que já tem capital aberto.
Outra proposta em andamento é a PPP das Escolas, que envolve a assinatura de contratos com empresas privadas para construir e administrar escolas públicas. O projeto prevê a construção de 33 escolas, que serão gerenciadas pelas empresas por um período de 25 anos. Além de receberem remuneração pela construção, as empresas serão responsáveis pela administração predial, incluindo serviços de limpeza, manutenção, segurança e cantinas. A coordenação pedagógica ficará a cargo do governo estadual. O valor total do projeto é de R$ 1,6 bilhão, com um investimento de R$ 1,2 bilhão previsto para o primeiro ano dos contratos.
Embora esses projetos tenham sido em parte desenvolvidos durante a gestão anterior, ainda não há uma data definida para o leilão dos contratos. O atual governador está dando os primeiros passos para avançar com essas privatizações e enfrenta desafios para implementar suas propostas.