A cada 72 horas, em média, um profissional de saúde da rede pública do Distrito Federal é alvo de ameaças e agressões, de acordo com a Polícia Civil. Entre janeiro e novembro de 2023, foram registradas 124 ocorrências, sendo 22 de agressão e 102 de ameaças. Os casos de agressões físicas e verbais contra profissionais de saúde dobraram nos últimos três anos, com um aumento de 100% em relação a 2021. Enfermeiros e técnicos de enfermagem são os mais afetados.
Infelizmente, apesar do aumento dos ataques, o número de pessoas indiciadas após as denúncias é baixo. Apenas 23 agressores foram indiciados entre janeiro de 2021 e novembro de 2023. Esse problema afeta gravemente os profissionais de saúde, como relatado por uma enfermeira traumatizada, cujo nome será mantido em sigilo. Ela foi ameaçada pela acompanhante de um paciente em 2023, após dizer que eles deveriam buscar atendimento em outra unidade devido à superlotação.
A falta de profissionais, desabastecimento de insumos e remédios contribuem para o caos na saúde pública, o que acaba resultando na violência contra os profissionais de saúde. A deputada Dayse Amarilio propôs um projeto de lei para a criação do Relatório Anual de Vitimização dos Profissionais de Saúde do DF, que foi aprovado pela Câmara Legislativa. Esse relatório busca mapear os casos de violência e fornecer informações para ações e políticas públicas de prevenção e punição dos agressores. Porém, é preocupante o baixo índice de indiciamento após as denúncias, o que indica subnotificação dos casos.
Uma medida sugerida pelo presidente do Sindicato dos Médicos do DF é a criação do Batalhão Hospitalar, visando garantir a segurança dos profissionais de saúde na rede pública. Infelizmente, os profissionais enfrentam situações de ameaças e até mesmo vandalismo em seus carros. É essencial que o Estado forneça segurança adequada e proteção aos profissionais que dedicam suas vidas para salvar outras.
Um sindicato de profissionais de saúde do Distrito Federal está pedindo a instalação de câmeras de segurança nas unidades de saúde para garantir a segurança de médicos, enfermeiros e pacientes. Segundo o sindicato, a presença de câmeras desencoraja ações violentas. No entanto, a Secretaria de Saúde e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde afirmam que já têm equipes de segurança e que têm tomado medidas para reduzir a violência.
A Secretaria de Saúde atualizou o protocolo de atendimento e orientou a equipe assistencial para que os atendimentos sejam realizados em dupla. Além disso, foram investidos em melhorias tecnológicas para informar o tempo de espera dos pacientes e uma equipe do programa Humanizar está disponível para fornecer informações aos pacientes em espera. No total, existem 1360 vigilantes trabalhando nas unidades de saúde e administrativas da Secretaria e 402 vigilantes no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde, que também conta com 250 câmeras de segurança.