Na era das redes sociais, vemos cada vez menos compromisso com as palavras ditas ou escritas. Um exemplo disso é Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos pela terceira vez. Ele anunciou que, se eleito, governará como ditador por um dia, sem especificar o que faria nesse período. Seus seguidores, em êxtase, apoiam essa promessa sem questionar. Parece que destilar absurdos se tornou uma estratégia para testar ideias populistas, como fez Trump.
Javier Milei, um político argentino de extrema-direita, é outro exemplo disso. Ele foi eleito presidente prometendo decapitar a classe política tradicional, chamada de “casta”. Sua retórica de empobrecer os mais necessitados foi aplaudida por uma população afetada pela inflação descontrolada. Milei revogou uma lei contra o nepotismo para empregar sua irmã na presidência e restringiu manifestações contrárias ao governo. Mais uma vez, vemos as palavras sendo revogadas sem consequências.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro também tem um histórico de palavras sem compromisso. Recentemente, ele compartilhou um vídeo em que um procurador afirma que o ex-presidente Lula foi “escolhido” e não eleito pelo povo, o que foi interpretado como um endosso. Após ser aconselhado por seus advogados, Bolsonaro deletou o vídeo e alegou estar sob efeito de medicamentos no momento da postagem.
Todos esses exemplos mostram como as palavras jogadas ao vento, seja nas redes sociais ou na mídia tradicional, podem ser facilmente revogadas sem qualquer dano. Parece que há uma falta de valorização da palavra e uma falta de responsabilidade por parte desses líderes. Resta-nos questionar se essa postura é adequada e se devemos continuar tolerando esse tipo de comportamento.